O Canal de Suez está localizado na parte oriental do Egipto e liga o transporte marítimo entre a Europa e a Asia.
Tem um tráfego de cerca de 50 embarcações por dia, alcançando um total de até 18.829 até 2020. Tem 163 quilómetros de comprimento e representa 12% do comércio mundial.
O que irá acontecer?
A Autoridade do Canal de Suez, a entidade estatal que gere a via navegável, emitiu uma declaração anunciando que aumentará as tarifas em 15% para “todos os tipos de navios em trânsito durante 2023”, com excepção dos graneleiros e navios e dos de turismo, cujo caso o aumento será de 10%. Esta subida da taxa acontece no meio de uma crise de abastecimento que tem afectado as cadeias logísticas em todo o mundo.
O presidente da autoridade, Almirante Osama Rabie, descreveu a medida como “uma necessidade à luz do aumento de 8% da inflação global”, entre outros factores, tais como o aumento do petróleo bruto, do gás natural liquefeito (GNL) e dos preços da energia, bem como o custo de fretamento de petroleiros e navios-tanque, entre outros.
Rabie defendeu que a política da sua instituição “segue uma estratégia de marketing e de preços equilibrada e flexível para alcançar os interesses comuns da autoridade e dos seus clientes”, e “tem em conta as condições económicas globais e as suas várias variáveis”.
A partir de quando?
A nota indica que os aumentos decididos serão aplicados a partir de Janeiro e “durante 2023”, embora sublinhasse que “a estratégia aplicada pela Autoridade do Canal permite a revisão das tarifas de acordo com as condições económicas globais” e “as variáveis instantâneas para cada categoria de embarcação”.
Já houve várias ocasiões este ano em que as taxas adicionais sumentaram entre 5 a 15%, especialmente para o transporte de combustível, tendo em conta o tipo de carga do navio ou se este está carregado ou vazio.
Apesar das suas garantias no final do ano passado de que iria congelar as taxas para os navios de transporte de gás, a 1 de Março aplicou um aumento de 7% para os navios de GPL e um aumento de 10% para os navios de gás natural, e duas semanas mais tarde eliminou o desconto de 15% que tinha aplicado a estes últimos durante os últimos sete anos. As novas tarifas de trânsito chegam numa altura em que a economia egípcia está a atravessar um dos piores momentos em anos, principalmente devido às repercussões da guerra na Ucrânia.
O que está a acontecer hoje no Egipto?
A moeda egípcia perdeu mais de 22% do seu valor em relação ao dólar desde Março, enquanto a inflação subiu 40%, no meio de uma queda nas reservas de moeda estrangeira do país, essenciais para a importação de alimentos para a sua população de mais de 103 milhões. O Canal de Suez, uma das principais fontes de receitas em moeda estrangeira do Egipto, ganhou 7 mil milhões de dólares no ano fiscal 2021-2022, o mais alto dos 153 anos da sua história, e mais 20,7% do que no ano anterior (5,8 mil milhões de dólares).
A equipa Transglory
